Milhares de chineses saíram às ruas do país neste domingo, 27, para protestar contra a política de covid zero imposta pelo Partido Comunista Chinês. Os protestos se intensificaram neste fim de semana. Em Xangai, vários manifestantes pediram a renúncia do presidente Xi Jinping.
A agitação chegou às ruas na noite de sábado, depois da notícia de um incêndio num prédio residencial em Urumqi, na região de Xinjiang, ter provocado a morte de 10 pessoas e ferido outras nove. Segundo moradores da região, muitos residentes do prédio não conseguiram escapar a tempo porque a construção estava parcialmente trancada.
Segundo reportagem do jornal Wall Street Journal, um manifestante de 27 anos carregava um buquê de flores em homenagem aos que morreram no incêndio. Como outros, ele expressou frustração com a resposta da China à Covid e com o clima político sob Xi Jinping. Ele afirmou que estava com medo, mas esperava provocar mudanças na China, “mesmo que só um pouquinho”.
Em cidades como Xangai, Pequim, Wuhan e Guangzhou, os manifestantes pediram também o fim dos testes obrigatórios de Covid e exigiram mais liberdade.
Protestos são raros na China, onde a repressão aos dissidentes se intensificou na última década. É quase inédito existirem manifestações simultâneas em várias cidades, exceto as nacionalistas, como os atos antijaponeses. Desde os protestos na Praça da Paz Celestial, em 1989, o partido chinês reprime tais acontecimentos com violência.