Não puxar sardinha nem para um lado nem para outro, ou seja, não favorecer ou privilegiar nenhuma das partes é o que se espera de um jornalismo imparcial, isto é, que se noticie fatos sem contaminações ideológicas. Pra ser bem sincero, não me importo quando um jornal abre mão da imparcialidade e escolhe um lado do jogo, desde que o leitor seja bem-informado acerca da perspectiva de discurso que o veículo escolheu.
O Brasil Sem Medo, por exemplo, se apresenta claramente como um jornal conservador. O mesmo ocorre com a Carta Capital, que expõe com evidência o seu lado progressista.
O Marreta Urgente tem uma posição muito clara antipetista e a favor do agronegócio brasileiro, por aqui não há surpresas para o leitor.
O problema mesmo é quando o veículo de informação vende a imagem de imparcialidade, mas, de modo sorrateiro, está com a narrativa bem definida em favor de alguém, normalmente a sardinha é puxada à esquerda. A tal posição “imparcial” acaba sendo usada como um disfarce para enganar o leitor e atender aos interesses econômicos ou ideológicos, que nem ocorre em certas campanhas políticas: durante a festança prometem picanha, mas assim que ela se encerra são distribuídos os pés de galinha.
Para exemplificar, vejam esta manchete da Folha de São Paulo:
“Levar filho para bloqueio golpista pode causar até perda da guarda, dizem especialistas” (02/11/2022, escrita por William Cardoso). Agora comparem com esta: “Criança em performance com nudez provoca mostras de ódio e amor à arte” (03/10/2017, escrita por vários jornalistas). Cidadão de bem, levar o seu filho para ver e tocar um homem pelado no museu é tranquilo, ou melhor, é amor à arte… E não ouse criticar o “amor à arte”, senão logo será acusado de “crime de ódio”, nem muito menos ouse ir com seu filho a uma manifestação em prol da defesa da justiça, da transparência em eleições e da pátria! No primeiro caso, as manifestações são chamadas de golpistas, pois são da direita; no segundo, as “performances artísticas” contra os valores morais são defendidas, pois, lógico, são da esquerda. O nível de tratamento é diferenciado pelo jornal com claro viés esquerdista. Resumindo… é muito mau-caratismo!
Aliás, o jornalismo militante tenta negar fatos, normalizar erros e até mesmo justificar uma tentativa de homicídio.
Não podia deixar de mencionar um exemplo de Mato Grosso.
Para contrastar, vejam como é tratado o Movimento dos Sem Terras (MST) na matéria “MST bloqueia BR-364 em Jaciara em ato contra a prisão do ex-presidente Lula” (06/04/2018, escrita por Airton Marques, publicada no site cuiabano RDNEWS). Não há menção das palavras mágicas “antidemocrático”, “radicais”, “desrespeitoso”
Além das distorções da realidade, jogo de narrativas para “criminalizar” a direita, os conservadores e os cristãos, agora observamos uma covardia ainda maior dos veículos de comunicação por todo o país.
É assim, antes era orçamento secreto, agora é emenda de relator; bolsonarista atropela não sei quem, mas quando o condutor vota no Lula é o carro que atropela (“Carro atropela grupo durante bloqueio bolsonarista em rodovia de SP; meninas de 10 e 11 anos foram atingidas”, 02/11/2022, escrita por Renato Pavarino e Júlia Nunes).
Essa é a imparcialidade de alguns dos nossos veículos de comunicação: na penumbra possuem a face de donzela, mas em qualquer raio de sol o que se revela é o rosto de mocreia rebocado com cosméticos.
