As ações da Vale (VALE3) caíram mais de 2% e ficaram entre as maiores perdas do Ibovespa nesta quinta-feira (25), em meio às pressões políticas do governo federal e após a divulgação de uma multa bilionária de indenização do desastre de Mariana (MG), em 2015.
Os papéis da mineradora — que têm o maior peso no mercado brasileiro — fecharam o dia com recuo de 2,2%, negociados a R$ 68,36. O desempenho tirou parte do fôlego do Ibovespa, que encerrou a sessão com alta de 0,28%, aos 128.168 pontos.
Investidores estão em alerta desde a última semana, após rumores de pressão do governo federal em emplacar Guido Mantega, ex-ministro da Fazenda entre 2006 e 2014, como CEO da Vale.
Por orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, iniciou contatos diretos com grandes acionistas da mineradora na tentativa de convencê-los a apoiar o plano.
Segundo relatos feitos à CNN por pessoas diretamente envolvidas no processo, Lula quer Mantega com voz ativa no comando da empresa, e não apenas como coadjuvante, com um assento no conselho de administração.
O clima acirrou nesta quinta-feira (25), dia que marca cinco anos da tragédia em Brumadinho, com novas investidas do governo contra a companhia.
Por meio do X (antigo Twitter), Lula disse que a Vale “nada fez” para reparar destruição causada pela ruptura da barragem.
“Hoje faz 5 anos do crime que deixou Brumadinho debaixo de lama, tirando vidas e destruindo o meio ambiente. 5 anos e a Vale nada fez para reparar a destruição causada. É necessário o amparo às famílias das vítimas, recuperação ambiental e, principalmente, fiscalização e prevenção em projetos de mineração, para não termos novas tragédias como Brumadinho e Mariana”, diz a postagem no perfil do presidente Lula.
Em outra frente de pressão, a presidente do PT, Gleise Hoffmann, fez uma postagem no seu perfil no X defendendo Mantega na Vale.
“Pouquíssimos brasileiros são tão qualificados quanto Guido Mantega para compor o Conselho da Vale”, disse.