O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (25), que “está pensando” em levar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para a África. Durante o discurso, Lula também provocou os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Carlos Fávaro (Agricultura) sobre verbas para a estatal. O presidente e outros integrantes do governo participaram da cerimônia em comemoração aos 51 anos da Embrapa, em Brasília.
Em tom de brincadeira, Lula cobrou Fávaro e Haddad por não falarem em liberar recursos para custear as pesquisas da Embrapa.
“Notei aqui duas coisas legais. O Haddad veio aqui, falou bonito, mas não falou de dinheiro. Aí, falei ele tratou com o meu ministro da Agricultura, o Fávaro. O Fávaro é que vai falar de dinheiro. O Fávaro veio aqui, falou, falou, falou, puxou o saco dos funcionários e também não falou de dinheiro. A única que falou de dinheiro foi a única que não assinou nenhum protocolo, que foi a ministra Luciana [Santos, da Ciência e Tecnologia]”, disse.
Tanto Haddad quanto Fávaro apenas elogiaram a contribuição da Embrapa à sociedade brasileira. A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos foi a única que falou em destinar recursos para fomentar pesquisa na Embrapa.
Durante o discurso, Lula afirmou que a Embrapa se tornou a “mãe máxima da tecnologia brasileira” na produção agrícola do Brasil e é referência para países do mundo. Ele afirmou ter o “sonho” de levar a empresa para a África, para realizar pesquisas na Savana Africana, como foi feito no Cerrado brasileiro. O presidente lembrou ainda que um escritório chegou a ser aberto em Gana durante seu segundo mandato, mas acabou sendo fechado alguns anos depois. Atualmente a Embrapa possui representações internacionais na Europa (com sede na França), Estados Unidos, China e Coreia do Sul.
“Quem é mais velho sabe que há 40 ou 50 anos ninguém dava um tostão furado por uma terra no Cerrado […] até que veio a Embrapa com pesquisa e transformou o cerrado brasileiro em algo extraordinário na produção agrícola”, disse Lula.
Lula pediu ao presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, Jorge Viana, presente no evento, para incluir a Embrapa nas viagens internacionais e mostrar “o centro de excelência no Brasil”. O chefe do poder Executivo também disse ser “absurdo” a estatal ter pesquisas descontinuadas por falta de recursos.
No discurso, o presidente lembrou os resultados da empresa, divulgados também nesta quinta, de que a cada real investido na Embrapa retorna mais de R$ 21 para a sociedade brasileira.
