O presidente eleito, Lula (PT), não descarta a retirada compulsória dos manifestantes que estão nos acampamentos em frente ao Quartel General do Exército em Brasília. Segundo o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), o governo eleito pretende resolver a situação até 1º de janeiro, quando ocorrerá a cerimônia de posse do petista.
Dino afirmou que fará uma avaliação na próxima quinta-feira, 29, para tomar uma decisão. “Quanto mais se der de modo pactuado, mediante conciliação, melhor”, salientou, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 27. “Essa é a opção do presidente Lula neste momento. É claro que, se não houver essa providência, outras serão tomadas. Mas isso num segundo momento.”
Segundo o futuro ministro, a expectativa é que os manifestantes façam uma “desocupação voluntária”. “Se isso não ocorrer, aí se abrem outras possibilidades de uma retirada compulsória”, ressaltou.
O futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, contrariou a declaração de Dino. E afirmou que os atos em frente aos quartéis têm sido pacíficos. “Lá, eu estava conversando com Ibaneis [governador do Distrito Federal] e com os ministros”, contou. “Existem pedintes que vão lá para receber comida, pessoas que vivem pela rua, dormindo nas praças, porque tem um certo abrigo. Torço e peço a Deus que ele [acampamento] vá se esvaindo, porque o protesto político termina perdendo o sentido. Nossas preocupações são com esse movimento do último sábado. Precisamos estar preparados para que o inesperado resolva fazer uma surpresa.”
Redação com Revista Oeste