O governo acelerou ontem a nomeação para cargos na tentativa de angariar votos que levem à reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), hoje, para a presidência do Senado. A negociação de cargos na Câmara e no Senado é um exemplo clássico de realpolitik. Pode não ser bonito de ver, mas a divisão de poder e a acomodação de interesses são parte fundamental do jogo democrático.
Cresceu nos últimos dias o temor real de uma vitória de Rogério Marinho (PL-RN), especialmente após anúncios de apoio a ele de senadores de partidos que integram a base do governo, como o União Brasil, e do próprio PSD de Pacheco.
Um exemplo é Efraim Filho (União-PB), oficialmente indeciso, que emplacou um apadrinhado na superintendência dos Correios na Paraíba e agora aparece na conta como eleitor de Pacheco. Já Irajá Abreu (PSD-TO) tem a promessa da nomeação de um indicado para a Codevasf nos próximos dias. (Globo)
Ontem… Pacheco amargou a dissidência de três colegas de bancada, inclusive o líder de seu partido na Casa, Nelsinho Trad (MS). Ele, Lucas Barreto (AP) e Samuel Araújo (RO) anunciaram apoio a Marinho. Em compensação, o MDB e o presidente do partido, Baleia Rossi, fizeram uma reunião com Pacheco para formalizar apoio. (Veja)
Reduzido a três senadores, o PSDB declarou ontem seu apoio a Marinho, o que provocou reação entre tucanos mineiros, como Aécio Neves e Paulo Abi-Ackel. Sérgio Moro (UB-PR), que debuta amanhã no Senado, também declarou volto no bolsonarista, embora o partido de Marinho, o PL, esteja tentando cassar seu mandato no TRE paranaense. (Folha e Veja)