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    Cotas raciais: Folha e Estadão reconhecem fracasso do modelo

    Após as recentes reprovações de dois alunos pelo critério de cotas raciais na Universidade de São Paulo, por não serem considerados pardos por uma comissão que avalia tal aspecto, a Folha de S.Paulo e o Estadão publicaram editoriais, nesta quinta-feira (7), que contrariam a continuidade dessa política de cotas raciais como chave de acesso às universidades.

    De acordo com as opiniões institucionais publicadas por ambos os veículos de imprensa, somente a cota social deveria ser aplicada, favorecendo os mais pobres.

    – O problema é que não há critérios objetivos e coerentes para diferenciar pardos de brancos, ou outras categorias baseadas em fenótipos só vagamente definidos – disse o texto da Folha.

    O editorial da Folha também observou que “da forma como o sistema está desenhado, essa é uma aporia irremediável”, ou seja, uma situação sem saída consensual.

    – Quaisquer decisões tomadas por bancas estarão envoltas pelo manto da subjetividade, disse a Folha.

    Lembrando ainda que apenas aspectos sociais “são objetivos e mensuráveis”, logo passíveis de aplicação.

    O Estadão entrevistou o reitor da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Carlotti Junior, que reconheceu a dificuldade de lidar com um reconhecimento abstrato. Ele advertiu que a classificação estética não tem amparo legal.

    – A questão de fundo no caso das tais “comissões de heteroidentificação” é que elas não encontram amparo em lei alguma nem muito menos na Constituição. Trata-se, portanto, de evidente arbítrio, quando não uma normalização da discriminação racial a pretexto de fazer justiça social.

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