O ministro Luís Roberto Barroso, que deixa a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no próximo dia 28, mostrou que vai sair atirando.
Na cerimônia virtual ontem para a reabertura dos trabalhos da Corte, ele acusou o presidente Jair Bolsonaro de auxiliar “milícias digitais e hackers” ao vazar a íntegra de uma investigação sigilosa da Polícia Federal sobre um suposto ataque cibernético à corte.
Bolsonaro é alvo de uma investigação no STF por conta do vazamento, feito em agosto do ano passado. Segundo o ministro, “faltam adjetivos para a atitude deliberada de facilitar ataques criminosos”. “O presidente da República vazou a estrutura interna da TI do TSE.
Tivemos que tomar uma série de providências de reforço da segurança cibernética dos nossos sistemas para nos protegermos”, disse Barroso.
No mesmo discurso, Barroso reforçou a ideia de bloquear o Telegram, sem citar o aplicativo de mensagens russo. “Plataformas que queiram operar no Brasil têm que estar sujeitas à legislação brasileira e às autoridades judiciais do país”, afirmou.
Comparado ao ataque de Barroso, o discurso duro do ministro Luiz Fux na abertura dos trabalhos do STF foi visto pelos colegas como uma tentativa de baixar a temperatura, como conta o Painel.
Fux disse que “não há mais espaços para ações contra o regime democrático e para violência contra as instituições públicas” e que a democracia não comporta “nós contra eles”.
Redação com Meio