Proximidade entre os investigados e bom trânsito no Ministério da Educação (MEC). É o que indica a visita conjunta a um órgão do MEC feita por Luciano Cavalcante, que era o principal assessor do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e Edmundo Catunda, sócio da empresa Megalic, fornecedora dos kits de robótica investigados pela PF.
Cavalcante esteve uma vez no prédio do Fundo Nacional de Desenvolvimento à Educação (FNDE), enquanto Catunda – cuja família é aliada de Lira – fez 29 visitas. Em abril de 2022, o governo destinou em velocidade incomum R$ 26 milhões – das emendas de relator, controladas por Lira – para sete cidades alagoanas comprarem kits de robótica da empresa de Catunda, apesar de problemas estruturais, como falta d’água e computador. (Folha)
O dia a dia de Wanderson Ribeiro Josino de Jesus, motorista há cinco anos do agora ex-assessor de Lira, não se resumia a dirigir. Fazer pagamentos e depósitos em dinheiro a pessoas indicadas por seu chefe era uma de suas atribuições. Tudo era registrado.
“Ele (Cavalcante) fala ‘Isso é Arthur, é Arthur’. Eu não sei se é Arthur Lira”, contou. Por conta da referência a “Arthur”, a PF enviou o caso ao Supremo, o que agradou auxiliares de Lira, diz Bela Megale. Para eles, isso dará mais “segurança jurídica” ao caso, com “critérios mais rigorosos e menos políticos”. (Globo)