Daniela Caminha caminha com cuidado pelo que sobrou de sua casa em São Leopoldo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Desempregada, ela está com os três filhos em um abrigo. Assim como ela, três mil pessoas ainda não conseguiram voltar para casa no Rio Grande do Sul desde a tragédia climática.
“A geladeira duplex, cheia de barro, ficou submersa por trinta dias. Era nova e ainda faltavam duas prestações para quitar.”, diz Daniela
Um levantamento preliminar do Governo do Rio Grande do Sul indica que será necessário construir mais de 16 mil casas (16.547) para as famílias que perderam suas residências nas inundações. Três meses após a tragédia, mais de três mil pessoas ainda vivem em abrigos. Parte da solução habitacional para os gaúchos vem de ações solidárias.
Neste sábado, foi apresentado em São Leopoldo um imóvel-modelo que servirá de referência para outras 500 unidades que serão construídas e doadas. Os imóveis terão 44 metros quadrados, com dois dormitórios, banheiro, sala e cozinha conjugadas.
A estrutura é de painéis pré-fabricados, o que garante agilidade na construção. Está prevista a entrega de 500 unidades, com um custo de fabricação de 110 mil reais cada. Cabe às prefeituras indicar as famílias que serão beneficiadas.
“É uma doação feita pela empresa, mas que vai significar também a oportunidade da empresa investir no Rio Grande do Sul. Ela deve instalar no estado uma indústria para produção de itens que serão utilizados na construção dessas moradias. Então ainda vai ter a geração de empregos aqui, de centenas de empregos na construção das moradias.”, diz Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.
Além de entregar as casas prontas e parcialmente mobiliadas, o projeto gerará empregos e capacitará os trabalhadores, em sua maioria mulheres, que realizarão as obras.
