Um homem deve ser executado, nesta sexta-feira (20/9), na Carolina do Sul, Estados Unidos, pelo assassinato de uma mulher em 1997, mesmo após a principal testemunha alegar que o suspeito não estava no momento do crime. As informações são do CBS News.
A testemunha se apresentou dias antes da execução de Freddie Owens, 46, para relatar que mentiu no seu primeiro depoimento há 20 anos. Owens foi considerado culpado pela morte de Irene Grainger Graver, 41 anos, morta após ser baleada na cabeça durante um assalto na loja onde trabalhava em 1997. Ele foi condenado dois anos depois do fato.
A evidência central das autoridades contra Owens era o testemunho de seu amigo e co-réu, Steven Golden, que também foi acusado de roubo e assassinato. Na última quarta-feira (18/9), Golden assinou uma declaração no qual explica que Owens não atirou em Irene e não estava presente na noite do roubo.
As imagens de segurança mostraram que dois homens mascarados entraram na loja e realizaram o assalto, mas não foi possível identificar os suspeitos pelos registros. No primeiro depoimento a policia, Golden afirmou que ele e Owens eram os homens nas imagens, e que foi o comparsa quem atirou na mulher.
No relato de quarta-feira (18/9), Golden afirma que o comparsa não foi a pessoa que atirou em Irene Graves. Ele afirmou que mentiu para encobrir o verdadeiro autor.
“Fiz isso porque sabia que era isso que a polícia queria que eu dissesse, e também porque pensei que o verdadeiro atirador ou seus associados poderiam me matar se eu o denunciasse à polícia. Ainda tenho medo disso. Mas Freddie não estava lá, na verdade.”, alegou Golden.
Steven Golden disse que estava sob o efeito de drogas quando a polícia o interrogou dias após o roubo, e os detetives alegaram que sabiam que Owens estava com ele, “Eles me disseram que eu poderia muito bem fazer uma declaração contra, porque ele já havia contado seu lado para todos e eles estavam apenas tentando obter meu lado da história. Eu estava com medo de receber pena de morte se não fizesse uma declaração.”
Após novo depoimento as autoridade entenderam que Golden não era confiável, dizendo que ele “agora fez uma declaração juramentada que é contrária às suas várias outras declarações juramentadas ao longo de vinte anos”. O tribunal local também afirmou que Owens havia confessado o crime a cinco pessoas, entre elas, uma namorada e dois policiais.
Os advogados de Freddie entraram com um pedido para rever a execução, afirmando que o homem foi condenado injustamente. A solicitação foi negada pelas autoridades locais, dizendo que a execução deveria prosseguir. Segundo o Departamento de Correções dos EUA, Owens poderia escolher entre injeção letal, cadeira elétrica e pelotão de fuzilamento. Ele concedeu o poder de decisão à advogada, que selecionou a injeção.