A equoterapia, uma terapia assistida por cavalos, está cada vez mais próxima de integrar a lista de tratamentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Essa prática terapêutica, que combina saúde, educação e equitação, tem mostrado benefícios significativos para o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência e necessidades especiais. Recentemente, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 3446/19, que agora aguarda análise no Senado.
O que é Equoterapia?
A equoterapia utiliza o cavalo como agente promotor de ganhos físicos e psicológicos, contribuindo para o tratamento de diversas condições, como transtornos do espectro do autismo (TEA), déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), paralisia cerebral, síndrome de Down, entre outras. A terapia explora os movimentos tridimensionais do cavalo, que se assemelham ao andar humano, promovendo melhorias na coordenação motora, no equilíbrio e na força muscular.
A Inclusão da Equoterapia no SUS
A aprovação do Projeto de Lei 3446/19 pela Câmara dos Deputados foi um passo significativo para a inclusão da equoterapia no SUS. De autoria do deputado André Ferreira (PL-PE) e relatado pelo deputado Marco Brasil (PP-PR), o projeto prevê que a equoterapia seja oferecida com indicação médica, psicológica e fisioterápica, respeitando protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do Ministério da Saúde.
Para viabilizar o acesso ao tratamento, o projeto autoriza entes federativos a firmarem ajustes com entidades públicas ou privadas por meio de contratos, convênios ou outros instrumentos. A lei entrará em vigor 180 dias após sua publicação, e o Ministério da Saúde terá 60 dias para regulamentar a questão.
Benefícios e Experiências das Famílias
Os benefícios da equoterapia são amplamente reconhecidos. A interação com o cavalo promove um ambiente terapêutico que ajuda na redução de ansiedade, melhora da postura, desenvolvimento de habilidades sociais e aumento da autoestima. Muitas mães relatam melhorias significativas em seus filhos após a realização de sessões de equoterapia. “Meu filho melhorou muito a coordenação motora e está mais calmo desde que começou a fazer equoterapia”, diz Maria Silva, mãe de uma criança com autismo.
Outra mãe, Ana Pereira, compartilha: “A equoterapia foi fundamental para o desenvolvimento do meu filho. Ele conseguiu se concentrar melhor e fez grandes progressos na escola.”
Condições Tratadas pela Equoterapia
Além de TEA e TDAH, a equoterapia é eficaz no tratamento de diversas outras condições, incluindo:
- • Paralisia Cerebral
- • Síndrome de Down
- • Esclerose Múltipla
- • Acidente Vascular Cerebral (AVC)
- • Lesões Medulares
- • Distúrbios de Ansiedade
- • Depressão
- • Distúrbios de Comportamento
- • Deficiências Físicas e Intelectuais
- • Distúrbios de Aprendizagem e de Linguagem
- • Sequelas de Traumas e Cirurgias
- • Doenças Genéticas, Neurológicas, Ortopédicas, Musculares e Clínico-Metabólicas
Exemplo de Equoterapia em Mato Grosso
No estado de Mato Grosso, a equoterapia já é uma realidade. Em Cuiabá, o Centro de Equoterapia do Mato Grosso oferece esse tratamento desde 2003. A iniciativa é coordenada pela Polícia Militar do Estado de Mato Grosso (PMMT) e atende centenas de crianças e adultos com diversas necessidades especiais. O centro trabalha com uma equipe multidisciplinar, incluindo fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e profissionais de equitação.
Conclusão
A inclusão da equoterapia no SUS representa uma evolução significativa na oferta de tratamentos complementares para pessoas com deficiência e necessidades especiais. A aprovação do projeto de lei pela Câmara dos Deputados e sua iminente análise no Senado trazem esperança para muitas famílias que poderão contar com essa terapia inovadora e eficaz.
Para acompanhar o andamento do projeto e saber mais sobre a equoterapia, visite os sites oficiais da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
MARCO AURELIO SENNA COSTA ALBUQUERQUE
MEDICO VETERINARIO – CRMV-MT 4077
