A Defensoria Pública da União (DPU) encaminhou um ofício ao governo federal pedindo ações urgentes para combater os incêndios em terras indígenas do Mato Grosso.
No documento, que foi enviado ao Ministério do Meio Ambiente e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o órgão pede “providências imediatas, não apenas para a preservação da integridade física dos indígenas, mas também de suas formas tradicionais de vida, cultura e subsistência”.
A DPU pede que a pasta adote medidas para a destinação prioritária de recursos da Força Nacional de Segurança, além de mobilizar as Forças Armadas para combater o fogo e elaborar um plano emergencial específico para os territórios indígenas do MT.
O órgão ainda pede que o governo federal forneça informações sobre quais ações já estão sendo empregadas e o diálogo que tem sido feito com os poderes estadual e municipais.
Como justificativa para envio do ofício, a Defensoria explicou que a resposta do Ibama aos incêndios em terras indígenas é “insuficiente” e extremamente preocupante para o enfrentamento da grave ‘pandemia do fogo’”.
Atualmente, segundo o Ibama, há 14 locais com programa de brigadas federais indígenas. Nelas atuam 258 brigadistas. A DPU afirma, porém, que não há eficácia e nem abrangência necessária nas ações propostas.
Queimadas
O Brasil enfrenta atualmente a pior seca de sua história. As mudanças climáticas extremas têm sido provocadas por um alto número de queimadas em diversas áreas do país. Segundo as investigações da Polícia Federal, vários focos de fogo têm origem criminosa e não de causas naturais.
De quarta (11) a sexta-feira (13), segundo o sistema BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Brasil concentrou 71,9% de todos os focos de incêndio registrados na América do Sul. Foram identificados 7.322 pontos de queimadas.