A Polícia Federal (PF) apreendeu mais de R$ 46 milhões em bens e valores relacionados a crimes eleitorais, sendo cerca de R$ 20 milhões em espécie. O balanço foi divulgado neste sábado (5).
Segundo a PF, os recursos estão vinculados a crimes cometidos durante a campanha das eleições municipais deste ano. No total, mais de 40 operações policiais foram deflagradas para combater os crimes eleitorais.
Nos últimos dias, a PF apreendeu grandes quantias de dinheiro em espécie que possivelmente seriam utilizadas para cometer irregularidades eleitorais.
Na sexta-feira (4), a PF apreendeu quase R$ 5 milhões em Castanhal, região metropolitana de Belém, que seriam utilizados na compra de votos. De acordo com investigações preliminares, o montante beneficiaria um político candidato nas eleições municipais do Pará.
Na quarta-feira (2), os policiais encontraram quase R$ 2 milhões em caixas de papelão no interior de dois veículos na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O dinheiro estava relacionado à suspeita de prática de crimes eleitorais. Os valores foram apreendidos em veículos estacionados na garagem de um centro empresarial.
A PF também realizou operações contra crimes eleitorais em várias regiões do Brasil. Em Aracaju, agentes cumpriram neste sábado (5) quatro mandados de busca pessoal e apreensão em uma operação que investiga a compra de votos.
No Amazonas, a PF abordou um homem que sacava uma grande quantia de dinheiro em um banco. No momento da ação, o indivíduo estava com R$ 38 mil em notas de R$ 50 e R$ 100, recursos que, segundo a investigação, seria utilizado para a compra de votos. O caso aconteceu na sexta-feira (4).
PF nas eleições
A Polícia Federal será responsável por ações de fiscalização da ordem política e social neste domingo (6), primeiro turno das eleições municipais.
Mais de seis mil policiais estarão mobilizados para as operações ao longo do dia. A PF também utilizará 95 drones para monitorar áreas críticas para combater crimes como boca de urna e compra de votos.
Os drones possuem câmeras de alta definição, capazes de capturar imagens nítidas mesmo em grandes altitudes. Eles serão usados prioritariamente em zonas eleitorais com histórico de ocorrências em eleições anteriores.
Até o dia das eleições, nenhum brasileiro pode ser preso, exceto em caso de flagrantes. A regra vale até 48 horas após o pleito.
Inquéritos
A PF já abriu 596 inquéritos para investigar crimes eleitorais durante a campanha de 2024. A maior parte dos casos apura a ocorrência de caixa 2, com 143 investigações abertas desde o início da campanha eleitoral, em 16 de agosto.
Esse crime, tipificado como falsidade ideológica eleitoral, envolve a movimentação de recursos não declarados oficialmente, mantendo-os fora da análise da Justiça Eleitoral.
De acordo com os dados da PF, outros crimes que mais aparecem nos inquéritos são:
- Compra de votos (100)
- Inscrição fraudulenta de eleitor (82)
- Apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral (75)
- Difamação na propaganda eleitoral ou para fins de propaganda (66)