Na manhã desta sexta-feira (20), o vereador por Cuiabá, Paulo Henrique (MDB), foi preso pela equipe da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO-MT) durante a Operação Pubblicare. A operação investiga um esquema envolvendo a facção criminosa Comando Vermelho e agentes públicos da cidade. Paulo Henrique, que concorre à reeleição no pleito municipal de 2024, é suspeito de colaborar com a facção em crimes de lavagem de dinheiro.
De acordo com informações da FICCO, a operação atual visa combater o núcleo da organização formado por agentes públicos. A suspeita é de que esses agentes colaboravam com a facção na organização de shows e eventos em casas noturnas de Cuiabá, utilizando os lucros de atividades ilícitas para financiar essas atividades.
Ao todo, estão sendo cumpridas 15 medidas cautelares, incluindo uma prisão preventiva, sete mandados de busca e apreensão, o sequestro de seis veículos, um imóvel e o bloqueio de contas bancárias. A Operação Pubblicare é um desdobramento da Operação Ragnatela, deflagrada em junho, quando a FICCO/MT desarticulou um grupo criminoso que havia adquirido uma casa noturna em Cuiabá por R$ 800 mil, pagos em espécie.
As investigações apontam que os criminosos contavam com o apoio de agentes públicos responsáveis pela fiscalização e concessão de licenças para a realização dos shows, sem a documentação necessária. Além disso, um parlamentar atuava em benefício do grupo, recebendo benefícios financeiros em troca.
O coordenador do cerimonial da Câmara de Cuiabá, Rodrigo de Souza Leal, teve a prisão preventiva decretada e é apontado como indicação de Paulo Henrique. Ele assumiu o cargo em 2023 com um salário de R$ 5 mil. Paulo Henrique já havia sido alvo de busca e apreensão anteriormente, quando teve seu celular e um veículo apreendidos. Na ocasião, ele foi apontado como interlocutor entre a facção criminosa e agentes públicos.