Um áudio atribuído ao vereador e candidato à reeleição em Brasnorte, Reginaldo Carreirinha (MDB), gerou indignação na cidade, localizada a 587 km de Cuiabá. Na gravação, Carreirinha ofende moradores ao referir-se a eles como “quengas”, “cornos” e “emocionados”, provocando reações de revolta e protestos.
A mensagem foi amplamente compartilhada no WhatsApp e nas redes sociais, e circulou em um grupo de vereadores da Câmara Municipal. No áudio, o parlamentar sugere que o presidente do Legislativo, Gilmar da Obras (União), segregue as “quengas, os cornos e os emocionados” durante uma sessão que votaria uma Moção de Repúdio contra ele. Segundo Carreirinha, essas ofensas se referem a apoiadores do candidato a prefeito Eric Fantin (PL), em meio a uma controvérsia gerada pelo vazamento de um vídeo íntimo do candidato.
“Bom dia, presidente. Tem muitas mulheres que apoiam o Edelo e que querem ir à sessão, mas não querem misturar, por isso tem que separar as categorias”, afirmou o vereador.
A vereadora Célia Poletto (PL) foi a responsável por apresentar a Moção de Repúdio e por uma denúncia envolvendo direcionamento de licitação em um contrato de R$ 8 milhões firmado pela Prefeitura de Brasnorte. Na sequência do escândalo, um segundo áudio de Carreirinha reforçou as ofensas, afirmando que as reações a suas palavras não seriam relevantes.
Na sessão realizada nesta sexta-feira (20), várias mulheres compareceram ao Legislativo para protestar contra as declarações do vereador. A indignação entre os moradores é palpável, como expressado por um trabalhador rural que disse: “Esse político já perdeu a eleição. Ele não sabe fazer política e fica ofendendo os outros.”
Outra gravação traz uma mulher criticando Carreirinha por seu desrespeito às mulheres da cidade, questionando se ele estava “bêbado ou drogado” durante suas declarações.
O episódio revela um cenário tenso e polarizado em Brasnorte, onde o comportamento de um vereador em busca de reeleição levanta questões sobre a ética na política local e a representação feminina. As reações da comunidade indicam que os danos às relações políticas e sociais podem ser irreparáveis para o parlamentar.
A repercussão negativa deste episódio levanta preocupações sobre o futuro da candidatura de Reginaldo Carreirinha e sobre a necessidade de um diálogo respeitoso na política da cidade.
Em decisão, a Justiça Eleitoral vetou que o parlamentar continuasse a criar rótulos ofensivos para apoiadores adversários sob pena de multa no valor R$ 8 mil. (Redação com GD)