A abstenção de eleitores voltou a crescer em um segundo turno eleitoral e ficou atrás apenas de 2020, época da pandemia de covid-19. Com 100% das urnas apuradas, a ausência de eleitores marcou os 29,26% no pleito deste domingo (27).
O valor é maior que o primeiro turno, quando alcançou os 21,68%. O maior índice foi registrado no estado de Goiás, com 34,43% de ausências. São Paulo também bateu recorde de abstenção, segundo confirmação do Tribunal Regional Eleitoral do estado: foram 31,42%.
Conforme avalia a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, a Corte normalmente registra mais ausências em segundo turno. Ainda assim, o número deste ano é quase o mesmo do período de isolamento social: o 2º turno de 2020 contou com 29,03% de ausências. Veja comparativo de abstenção das últimas eleições:
2024
- 1º turno – 21,68%
- 2º turno – 29,26%
2020
- 1º turno – 23,15%
- 2º turno – 29,53%
2016
- 1º turno -17,58%
- 2º turno – 21,55%
2012
- 1º turno – 16,41%
- 2º turno – 19,11%
O aumento percebido foi destacado por Cármen Lúcia, em comparação ao crescimento e em relação ao 1º turno. Como possíveis justificativas, a ministra citou fenômenos climáticos – como chuva intensa registrada nesta manhã em Porto Velho, em Rondônia, e a possível interferência em grupos para qual a eleição é facultativa – como maiores de 70 anos.
Os detalhes, no entanto, ainda serão avaliados pelo TSE. “Há um aumento de abstenção no segundo turno e isso também foi verificado desta vez. Em 2020 foram as últimas eleições municipais, as mais recentes, nós tivemos quase 31%, pelo menos até aqui está dando entre 28% e 30%, mas em alguns locais houve diminuição e outros tiveram aumento, mas nós temos que estudar e ver o que a gente precisa fazer para aperfeiçoar”, afirmou Cármen Lúcia a jornalistas, ao comentar as eleições do segundo turno.