A Defensoria Pública da União enviou ofício ao Governo Federal exigindo ações imediatas para enfrentar os incêndios que estão devastando terras indígenas no Mato Grosso, região Centro-Oeste do país. O prazo para que o governo responda ao documento se encerra no dia 21 de setembro.
No ofício, endereçado ao Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo, vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, a Defensoria solicita o envio urgente de recursos humanos e materiais. Entre as medidas exigidas estão o apoio das Forças Armadas e da Força Nacional de Segurança para intensificar o combate aos incêndios.
Além disso, o documento também cobra a elaboração de um plano emergencial específico voltado para os povos indígenas do estado, dada a gravidade da situação. Segundo a Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso, pelo menos 38 terras indígenas já registraram focos de incêndio neste período de seca.
A situação é particularmente crítica na Terra Indígena Capoto/Jarinã, habitada pelos Kayapó e outros grupos, com 635 mil hectares. O território já contabiliza mais de 460 focos de incêndio e conta com apenas 20 brigadistas indígenas disponíveis para enfrentar o problema.
Mato Grosso em chamas
Dados do BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam que o Mato Grosso foi o estado da federação que mais foi atingido por incêndios entre quinta (12) e sexta-feira (13), com 56,34% do território atingido pelo fogo – 80 dos 142 municípios do estado tem algum registro de foco de incêndio.
Desde janeiro deste ano, o Mato Grosso lidera o número de queimadas no Brasil, com quase 40 mil focos de incêndios.