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    Corrida aos mercados, preços galopantes: como era a vida antes do Plano Real

    O Real, moeda que está na carteira de todos os brasileiros, comemora 30 anos de circulação. Introduzido em 1º de julho de 1994, o Real foi parte de um plano para acabar com a hiperinflação, trazer estabilidade econômica e promover diversas mudanças significativas no país.

    Ir ao supermercado, por exemplo, é um hábito semanal para a aposentada Maria Rita. Muito diferente dos anos 1980 e 90, quando a inflação galopante afetava drasticamente o poder de compra dos consumidores. “A gente ia dormir, o preço era um, quando acordava era outro!”, lembra Maria Rita Bueno. “Você recebia e corria para o mercado, fazia aquela compra enorme para dar conta de chegar até o outro salário, porque tudo subia. Você não tinha como acompanhar”.

    Carlos Correa, diretor-geral da Associação Paulista de Supermercados (APAS), recorda a preocupação dos supermercados naquela época. “Os consumidores faziam suas compras na primeira semana do mês”. “Era um desafio ter estoque suficiente para atender a todos”, conta.

    A estratégia de estocar produtos era comum. Freezers, armários e despensas eram essenciais para armazenar itens de primeira necessidade. Felizmente, isso acabou com a chegada do Plano Real, em março de 1994.

    “Com a chegada do Real, o Brasil tem a oportunidade de mudar, de forma definitiva, o curso de sua história”, declarou o então presidente Itamar Franco ao anunciar o Plano Real.
    O Brasil, que, desde a Independência, em 1822, já tinha tido oito moedas diferentes e diversos plano econômicos fracassados, viu a estabilidade monetária com a chegada do Real. Antes de seu lançamento, a inflação mensal era de 47,5%. “No primeiro mês de vida do Real, a inflação caiu para 6,8%”, destaca Gustavo Franco, um dos economistas responsáveis pelo plano.

    A equipe que criou o plano foi comandada pelo então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, durante o governo de Itamar Franco, com Pedro Malan na presidência do Banco Central. “Havia, na sociedade brasileira, uma demanda para que algo fosse feito e não deveria ser um programa que pegasse de surpresa a população, que tivesse transparência e que evitasse qualquer tipo de congelamento, porque sabíamos que não davam certo”, explica Malan.

    Para garantir a transparência, Fernando Henrique Cardoso ocupou 20 minutos do programa de televisão de Silvio Santos, em 1994, para explicar a importância do Plano Real e a introdução da Unidade Real de Valor (URV), a moeda virtual que precedeu o Real.

    No início, muitos tiveram dificuldade para entender, mas o plano funcionou, livrando o país da hiperinflação. “Deixou cicatrizes, destruiu famílias e negócios, mas felizmente ficou para trás. Já são 30 anos de sobriedade”, comemora Gustavo Franco.

    “A derrota da hiperinflação no Brasil era a agenda, passa a ser uma agenda que se confunde com a agenda do desenvolvimento econômico e social e político institucional do Brasil”, completa Malan.

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