O Conselho Nacional de Justiça decidiu afastar da 7ª Vara Federal Criminal o juiz Marcelo Bretas, responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, por supostas irregularidades na condução dos processos. Em sessão sigilosa, os conselheiros decidiram, por unanimidade, instaurar um processo administrativo disciplinar.
E por 12 votos a três determinaram o afastamento do magistrado até a conclusão das investigações. A juíza-substituta Caroline Vieira assume a condução da vara. Foram analisadas três reclamações. A primeira, da OAB, questiona negociação de pena em uma colaboração premiada com a PGR. Outra se refere a uma queixa do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), de suposta atuação política do magistrado na eleição de 2018 em favor do ex-juiz Wilson Witzel, que venceu a disputa pelo governo do RJ e foi afastado dois anos depois. A terceira se baseia em uma reclamação disciplinar do próprio CNJ. (Folha e g1)
Bretas assumiu a primeira instância da Lava Jato fluminense em 2015. Também esteve à frente dos processos sobre o esquema de corrupção do ex-governador Sérgio Cabral e outros políticos. Desde 2021, é questionado em tribunais superiores e diversos processos foram retirados de suas mãos por decisões do Supremo. Chegou a ser punido pelo TRF-2 por participar de inauguração de obra pública ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e do então prefeito Marcelo Crivella (Republicanos). (UOL)
