Maior festividade de carne do Brasil, o Festival Braseiro que tem como foco principal a solidariedade. Este ano o evento teve a maior arrecadação da sua história, acumulando um lucro de R$ 327.286,00, que foi todo revertido para 14 instituições filantrópicas selecionadas por um comitê técnico. A entrega do recurso foi realizada na noite desta quarta-feira (8) na Casa Jarbas, em Cuiabá, e contou com a presença dos churrasqueiros voluntários e representantes das entidades beneficiadas.
Marco Túlio Soares, presidente da Associação Braseiro, que é responsável pela organização, conta que o momento da entrega da arrecadação representa, para ele, mais que o evento, porque é a materialização do sonho, ainda mais depois de dois anos de pandemia, período em que o festival precisou ser cancelado.
“Sem dúvida para nós, para mim, particularmente, representa mais que o evento, mais que a festa, mais que a carne, mais que o chope, mais que as 8 mil pessoas. Hoje representa tudo aquilo que a gente sonhava para esse evento. Obviamente precisa passar pela festividade, compra do ingresso. As pessoas se divertem, o que também é bacana. Mas para essas entidades, depois de dois anos de pandemia, quando ficaram paradas suas atividades e houve dificuldade financeira, hoje é a materialização do sonho”, comentou.
Marco Túlio destaca ainda que cabe à sociedade ajudar e que o Braseiro vem justamente com esta intenção de contribuir. Já na sua 8ª edição, o festival conta com credibilidade e isto deve-se à imparcialidade e transparência na escolha das entidades. “Este é um momento muito gratificante para nós e os depoimentos dessas pessoas sobre como a ajuda foi importante, como mudou a realidade deles é o que nos deixa orgulhosos”, afirmou.
Jarbas Rodrigues do Nascimento é voluntário desde a primeira edição quando atuou, ainda em Rondonópolis, ao lado do chefe de cozinha, o Epa. De lá para cá, o empresário nunca mais deixou de participar e este ano comandou uma estação que apresentou ao público o famoso cozidão cuiabano. “A gente é apaixonado por cozinha. Na época fizemos peixe e eu fiquei, de verdade, emocionado”, relatou, contando que “sempre quer servir o melhor para as pessoas” e por isso acaba também investindo para participar.
Jarbas reforça ainda que os voluntários se dedicam muito, mas pouco ainda perto daqueles que atuam nas instituições. “Nós nos dedicamos, mas as pessoas dessas entendidades se doam o ano todo, todos os dias. Com certeza, a gente ganha muito mais do que dá”, disse.
Para a realização do Braseiro muitas pessoas são envolvidas, além dos voluntários, também existem os patrocinadores e a Louvada é uma das maiores parceiras do festival. O sócio e diretor geral da empresa, Gregório Ballarotti, destacou que a cervejaria tem o espírito de se preocupar com a comunidade e que foi isto que a levou a apoiar o evento. “O Braseiro faz isso muito bem, leva além de alegria, a ajuda para outras entidades, e fazer isso de forma conjunta é um orgulho muito grande”, revela.
Juliana Moreno do Nascimento é cirurgiã dentista do serviço de fissuras labiopalatinas do Hospital Geral de Cuiabá. O núcleo atende mais de 1.600 famílias e faz o acompanhamento das mães desde a gestação. Com o valor de R$ 33 mil que receberam, foi possível adquirir 3 cadeiras odontológicas, uma das principais necessidades, já que as cadeiras usadas ainda são da década de 1990.
“Esta é a segunda vez que a gente participa e tivemos um bom retorno. Nosso serviço é SUS, a tabela que a gente recebe é de 15 anos atrás e não cobre o custo”, explicou. Outra entidade beneficiada foi a Associação Mato-grossense de Equoterapia (AME) que tem a finalidade de prover a reabilitação das pessoas com deficiências, de qualquer idade, independente de suas patologias. A entidade recebeu macacões terapêuticos ortopédicos, que irão auxiliar os pacientes durante o uso da gaiola adotada na fisioterapia.
Reinaldo Otávio Liberato representou a instituição e falou sobre o trabalho realizado pela entidade que atende, atualmente, cerca de 30 pessoas. A associação desenvolve trabalhos de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, musicoterapia, além da equoterapia. “Estes macacões vão ser utilizados para a fisioterapia extensiva. Temos crianças que ficam até quatro horas por dia em acompanhamento e este equipamento irá auxiliar muito no tratamento delas”, testemunhou, contando que também atendem desde crianças de um ano até idosos de 80 anos.
Assessoria