Com restrições no salário, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) decidiu fazer as malas e “se mudar” para o Senado. O parlamentar afirma que uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez com que ele ficasse sem dinheiro para despesas básicas, como alimentação e despesas do dia a dia.
Segundo o político, uma multa de R$ 50 milhões imposta por Moraes – por descumprimento de ordens judiciais – levou ao bloqueio de parte do salário e acabou comprometendo os gastos do mês.
“Estou vindo aqui com minhas roupas e vou ter que morar no Senado. Não no meu gabinete, porque lá é um local de trabalho. Eu vou achar algum corredor e vou morar aqui, vou deitar e vou dormir até quando perceber que isso foi um pesadelo, que isso não era real”, declarou o senador em pronunciamento no Senado na terça-feira (3).
Do Val, que é um dos defensores do avanço do pedido de impeachment contra Moraes, afirma que a mudança foi repentina e comprometeu ações que antes fazia, como dar lanche para a equipe. O parlamentar ainda disse recorrer aos funcionários do gabinete para que eles dividam refeições com ele.
“Fico sem salário, da noite para o dia. Como o ministro disse que ninguém é obrigado a cumprir uma ordem ilegal, eu comecei a divulgar isso. Não tenho condições de me alimentar, eu tenho que pedir para a minha assessoria me ajudar a dividir o que eles têm, porque eu não vou pegar dinheiro, senão vão achar que é “rachadinha” e não sou louco de fazer isso”, afirmou
Imagens do parlamentar deitado no plenário do Senado foram compartilhadas pelo deputado federal bolsonarista Capitão Alden (PL-BA). Nos registros, é possível ver que Do Val está cercado de sacolas e uma mala. Não há confirmação de que o senador tenha passado a noite no local.
Em decisão desta semana, Moraes autorizou o desbloqueio de 30% do salário de Do Val para garantir “subsistência”. O salário cheio do senador é de R$ 44 mil. O político também recebeu um apartamento funcional para mudar em Brasília. Registros do Senado mostram que ele utilizou o local até o mês de agosto.
A reportagem pediu posicionamento e atualizações a respeito da situação do senador. O texto será atualizado assim que houver resposta.
