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    Saiba quem são os advogados e PM suspeitos de ser“braço jurídico” de facção

    Os advogados Jessica Daiane Maróstica (Sinop), Roberto Luis de Oliveira (Sinop), Tales Evangelista da Silva (Cuiabá) e Hingritty Borges Mingotti (Cuiabá) foram os alvos presos durante a Operação Gravatas da Polícia Civil, deflagrada na manhã desta terça-feira (12).

    Eles são suspeitos de fazerem parte de uma organização criminosa que atuava em benefício de uma facção do estado.

    Além deles, o policial militar Leonardo Qualio também foi preso. Segundo a Polícia Civil, ele teria enviado dezenas de boletins de ocorrência para os advogados, que possibilitava que eles tivessem informações em tempo real de ações da PM e PJC.

    Segundo as informações do RDNEWS, na residência da advogada Hingritty Borges Mingotti, em Cuiabá, foram encontrados mais de R$ 140 mil. As ordens judiciais contra os advogados foram acompanhadas pelo Tribunal de Prerrogativas da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT).

    Outras três pessoas foram alvos de mandados de prisão dentro de presídios. São eles: Robson Junior Jardim dos Santos (Ahmenon), Tiago Telles (PCE) e Paulo Henrique Campos (Ferrugem).

    Investigação

    A investigação apontou a existência de uma suposta organização criminosa que contaria com a participação dos advogados e do policial militar. Os relatórios de investigação policial, que somam mais de mil páginas, detalham a conduta dos investigados e que cada advogado tinha uma tarefa bem definida em benefício da organização criminosa.

    A investigação apontou que os supostos líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada aos quatro advogados, que representavam o “braço jurídico” do grupo, e havia uma clara divisão de tarefas a fim de obterem vantagem de natureza financeira e jurídica, entre outras, com a prática de crimes como o tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura e lavagem de capitais.

    O delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo, pontuou que o braço jurídico atuou à margem da lei e sem respeitar os princípios éticos que regem a entidade da categoria.

    “Não se trata da instituição democrática do direito de defesa em essência, que encontra respaldo nos direitos fundamentais da Constituição da República, mas sim de verdadeira associação voluntária dos juristas à organização criminosa”, salientou.

    Além da atividade legal

    A investigação apontou ainda que os advogados teriam realizado diversas tarefas para além da atividade jurídica legal, ou seja, atuaram à margem da lei com o propósito de embaraçar investigações policiais, repassar informações da atuação policial em tempo real, auxiliar em crimes graves, como tortura, realizando o levantamento de dados das vítimas.

    Ainda teriam intermediado a comunicação entre os líderes da organização criminosa, que estão presos, com outros integrantes que estão soltos.

    O grupo criminoso também teria contado com a ajuda de um policial militar de Sinop, que enviou ilegalmente dezenas de boletins de ocorrência para os advogados. Os boletins, segundo a apuração, depois eram encaminhados aos líderes da facção criminosa que se encontram detidos no sistema penitenciário. Em tempo real, aqueles que mantinham a organização e o controle do tráfico de drogas conseguiam informações sobre a atuação policial, tanto da Polícia Civil quanto da Militar.

    “O acesso ilegal a tais dados, por indivíduos de alta periculosidade, coloca em risco a vida de policiais éticos e de testemunhas envolvidas nas ocorrências”, observou o delegado.

    A equipe da Delegacia de Tapurah apurou ainda o número de pessoas que a banca de advogados defendeu nos últimos dois anos. O advogado de Sinop representou 205 clientes neste período e, destes, 168 eram ligados a uma facção criminosa com envolvimento por tráfico de drogas, roubos, homicídios, ou seja, 81,95% de criminosos violentos.

    “Demonstra-se, assim, mais um indício de que o braço jurídico existe para atender ao interesse da organização criminosa”, destacou Guilherme Pompeo.

    Redação com RDNEWS

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