A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (28) a Operação Guaporé em Mato Grosso e na Bolívia, que tem por objeto investigar um esquema de tráfico internacional de drogas, por meio de trilhas clandestinas que ligam o Brasil e a Bolívia.
Por meio do trabalho de inteligência realizado pela PF do Brasil localizou a refinaria com grande potencial de distribuição de drogas, através da fronteira com Mato Grosso. Estima-se que o laboratório teria capacidade de refinar aproximadamente 2 toneladas por semana, totalizando quase 10 toneladas ao mês. A ação foi comandada pela Bolívia, já que a refinaria ficava em solo do país vizinho.
Trata-se de uma das maiores estruturas empregadas para o refino de cocaína já desarticuladas na região, em um meticuloso trabalho desenvolvido através da cooperação entre as forças policiais do Brasil e da Bolívia. Estima-se que o laboratório teria capacidade de refinar aproximadamente 2 toneladas por semana, totalizando quase 10 toneladas ao mês.
No local foi encontrado pelos policiais farto material para o refino, incluindo insumos da mesma natureza daqueles que foram apreendidos em julho de 2021 pela Polícia Civil em Comodoro/MT, além de equipamentos como destilador e um potente gerador, enterrado no subsolo do local e grande quantidade de cocaína.
No laboratório ainda havia um sofisticado sistema de internet via satélite, rádio comunicadores, depósito de combustível, diversas redes, em uma espécie de dormitório, televisão, geladeira fogão e um refeitório, duas pistas de pouso, sendo uma aparentando ter sido inaugurada há pouco tempo. A refinaria possuía dois acessos, um pelo Rio Guaporé e outro pelo Córrego do Espeto.
A Polícia Federal então acionou, por intermédio da Coordenação-Geral de Polícia de Repressão a Drogas, Armas, Crimes contra o Patrimônio e Facções Criminosas (CGPRE), o Adido Policial brasileiro que trabalha em La Paz” e este, em contato com a polícia boliviana, arregimentou policiais da Felnc – Força Especial de luta contra o Narcotráfico para diligenciarem no local.
Ao mesmo tempo, foram designadas equipes conjuntas da Polícia Federal e do Gefron para se posicionarem na fronteira, às margens do Rio Guaporé, para acompanharem, no lado brasileiro, os resultados da diligência realizada pela Polícia boliviana. Policiais brasileiros e bolivianos passaram a manter contato entre as equipes. O Ciopaer teve participação decisiva no transporte das forças policiais brasileiras, por se tratar de um local de difícil acesso.
A principal hipótese era a de que a pasta base de cocaína vinha até o laboratório de avião, em grandes quantidades, e ali era refinada até se transformar em cloridrato de cocaína (cocaína em pó). Posteriormente era embalada, atravessava o rio Guaporé com destino ao Brasil, onde era colocada em barcos ou caminhonetes e embarcada para caminhões em Comodoro/MT.
As investigações terão continuidade para identificar os indivíduos envolvidos seja no refino ou no transporte da substância entorpecente no Brasil, além das rotas utilizadas e destino final da droga.
Redação