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    Olimpíadas: ameaças de morte a diretor artístico são investigadas

    Um processo de investigação formal para averiguar ameaças de morte e ássedio cibernético contra o diretor artístico da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2024, Thomas Jolly, foi aberto pelo Ministério Público de Paris, nesta sexta-feira (2/8).

    Jolly prestou uma queixa de assédio cibernético às autoridades nesta semana. Segundo os promotores, ele foi alvo de mensagens nas redes sociais contendo ameaças e insultos, além de críticas à sua orientação sexual e supostas raízes israelenses. O diretor artístico se define como homossexual, mas não é judeu, e não tem nenhuma conexão imediata com Israel.

    As acusações incluídas na denúncia são ameaças de morte devido à sua origem, ameaças de morte por conta de sua orientação sexual, insulto público devido à sua origem, insulto público devido à sua orientação sexual e difamação.

    A investigação é a segunda a ser aberta envolvendo ataques a pessoas envolvidas na cerimônia de abertura. Nessa semana, a DJ francesa Barbara Butch, representante da cena queer, que participou da cerimônia, também prestou queixas por cyberbullying, após receber ameaças de morte nas redes sociais.

    Polêmica entre religiosos e conservadores
    Uma das passagens representadas durante a cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2024 apresentava um grupo de pessoas LGBTQIA+ junto de um cantor seminu, sentado em uma tigela de frutas ao redor de uma mesa. Alguns críticos cristãos e conservadores interpretaram a cena como uma paródia da Última Ceia, de Leonardo da Vinci, o que gerou uma onda de repúdio advinda do grupo.

    Thomas Jolly afirmou, repetidamente, que a obra-prima do italiano, que retrata a última refeição que Jesus teria compartilhado com seus apóstolos, não foi a inspiração para a cena na cerimônia, que representava um banquete pagão dos deuses gregos no Monte Olimpo.

    Para historiadores da arte, a passagem parecia ser baseada na Festa dos Deuses, do artista holandês do século 17 Jan van Bijlert. Essa obra é, no entanto, vista como uma “releitura mitológica” da Última Ceia.

    O comitê olímpico se desculpou por qualquer ofensa causada por partes da cerimônia e ofereceu seu “total apoio a Thomas Jolly e aos autores e artistas da cerimônia em face dos ataques dirigidos contra eles”.

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