Doze dias após o recém-nascido Arão Henrique nascer morto por suspeita de negligência durante o trabalho de parto em um hospital público de Cuiabá, o pai do bebê Miguel Arcanjo de Souza, de 52 anos, disse que nada vai trazer o filho de volta, mas que vai lutar por justiça.
“O nosso filho não vai voltar mais, ele já se foi, é um anjinho ao lado de Deus. Mas, a gente vai lutar por outras mães que perderam seus filhos e ainda estão arriscadas a perder seus filhos. Isso não pode ficar em vão, nós temos que ter um país digno porque tá tendo muito erro, muita falha nos hospitais. Nós temos que ter justiça e a justiça tem que ser feita”, declarou o pai em um vídeo gravado mostrando o quanto Arão Henrique era aguardado pelos pais.
O caso aconteceu no último dia 19 deste mês. A jovem Rosiane Roberta Soares Bento Souza, de 21 anos, estava grávida de 40 semanas e na madrugada do dia 19 sentiu dores e contrações por volta de 1h da madrugada e às 3h a bolsa estourou, sendo encaminhada de ambulância por uma equipe do Serviço de Atendimento Médico Móvel (Samu) até a maternidade. Lá, ficou em trabalho de parto até umas 18h, quando o filho já nasceu morto.
Segundo o pai, durante o trabalho de parto, um dos médicos apertou muito a barriga da esposa e, em nenhum momento foi sugerido que o parto fosse cesariano. Os pais registraram um boletim de ocorrência por negligência médica.
Conforme o advogado que representa a família no caso, Marciano Nogueira da Silva, a delegacia competente irá instaurar autos de investigação preliminar a fim de apurar a existência de lastro mínimo para iniciar uma investigação de possível infração penal. “Para isso, será fundamental a conclusão do laudo do Instituto Médico Legal (IML) que deverá ficar pronto em até 30 dias, bem com a análise do prontuário médico que será requerido ao hospital”, finalizou Marciano.