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    Hotel de apoio, clareira e rapel: o resgate das vítimas do helicóptero

    Paraibuna (SP) – Eram 10h26 de sexta-feira (12/1), quando a Polícia Militar (PM) confirmou, em comunicado oficial, que havia encontrado os destroços do helicóptero, desaparecido desde a véspera do Réveillon, em Paraibuna, na região do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.

    A informação do paradeiro havia chegado à corporação, por radiotransmissor, minutos antes. “Na escuta?”, pergunta um dos PMs envolvidos nas operações de buscas pelo helicóptero. “Os homens lá no solo identificaram, infelizmente, quatro óbitos, tá?!”

    A descoberta também pôs fim à angústia de familiares do piloto Cassiano Teodoro, de 44 anos, e dos passageiros Raphael Torres, 41; Luciana Rodzewics, 45, e Letícia Ayumi, 20. “Foi melhor assim do que a gente ficar na dúvida se estão vivas”, disse Silvia Santos, 42, que é irmã de Luciana e tia de Letícia.

    Para policiais e bombeiros militares, no entanto, a localização da aeronave era só o início de uma nova operação, com agentes fazendo rapel, abertura de clareiras e até um centro de operações improvisado em um hotel, para resgatar os corpos do meio da mata. As ações continuam neste sábado (13/1).

    Resgate por ar e terra
    Com os corpos das vítimas ao lado, os destroços do helicóptero foram encontrados em uma área apinhada de eucaliptos, na região de Pinhal, em Paraibuna. Inicialmente, o plano da PM era abrir uma clareira no local, permitindo o pouso de aeronaves, e então retirar as vítimas pelo ar.

    Para isso, a primeira equipe da PM chegou a usar o guincho elétrico do helicóptero Águia para descer até lá em segurança, fazendo rapel. Ao todo, três aeronaves da corporação estão empenhadas. O plano, no entanto, foi atrapalhado pelas fortes chuvas que atingiram a região a partir do fim da manhã.

    A área não é homologada para sobrevoos e esse tipo de missão só pode ser feita em boas condições climáticas e à luz do dia. Por causa do cenário adverso, as equipes de resgate passaram a desempenhar um “plano B”: recuperar os corpos por terra.

    Só para chegar à área do acidente, os militares levam pelo menos 40 minutos de carro, partindo do ponto mais próximo de rodovia, e mais 40 minutos por trilhas a pé. Mesmo nesse cenário, a abertura de clareiras na mata ainda é necessária para a retirada dos corpos.

    Sem perspectiva de encerrar o trabalho em poucas horas, a PM decidiu suspender os trabalhos, no início da noite de sexta-feira (12/1), por falta de visibilidade. Os agentes, entretanto, permaneceram no local para preservar a área e retomar o resgate ao raiar do dia.

    Hotel de apoio
    Para coordenar a operação, que também reúne homens da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, foi montada uma base de apoio improvisada no hotel-fazenda Morada dos Deuses, na zona rural de Paraibuna. O local fica a cerca de três quilômetros do acidente.

    Foi na entrada do hotel que familiares de vítimas se reuniram para receber notícias sobre os corpos na sexta. “Foram muitos dias de angústia e tristeza. A gente não consegue trabalhar, comer ou dormir”, disse Sidney Souza dos Santos , 65, que é pai de Luciana e avô de Letícia. “Felizmente, com ou sem vida, a Polícia Militar conseguiu encontrar.”

    Para chegar ao portão do hotel, familiares tiveram que percorrer cerca de sete quilômetros em uma estrada de terra, estreita e ladeada por matagais, que separa o local da área urbana de Paraibuna.

    Com semblante de resignação e sem lágrimas em público, o grupo esperou por horas no local embaixo de chuva. Por volta das 18h30, ao receber a notícia da suspensão dos trabalhos, os familiares deixaram a área do hotel com a promessa de retornar na manhã seguinte.

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