Os servidores do apoio escolar, da educação básica do município de Guiratinga, categoria II (merendeiras, guardas, técnicos, motoristas, etc.) estão entre os menos valorizados do estado de Mato Grosso.
“Infelizmente isso é real. Um dia nosso município foi referência em educação e também na valorização dos profissionais. A realidade neste momento é bem diferente. Os trabalhadores do apoio perderam o Adicional por Tempo de Serviço – ATS, com a lei complementar 048/2009, desde então a categoria só perde”, afirma Odilton Cezar Santos, presidente substituto do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público de Guiratinga (STSPMG-MT).
O sindicalista ainda cita que o sindicato abriu negociação com a atual administração do município para tentar reverter parte das perdas. “O prefeito Valdeci Barga Rosa autorizou a criação de um projeto de Lei que retorna ATS, com um percentual de 2% a cada ano, a partir de fevereiro de 2022. Tentamos mudar esse percentual, uma vez que a defasagem dos salários está bem acima do oferecido. O sindicato apresentou propostas, tentou diálogo por inúmeras vezes, mas nem os ofícios que protocolamos foram respondidos”.
A situação atinge apenas os trabalhadores lotados na Secretaria Municipal de Educação e tem provocado enxurradas de pedidos de transferências para outras pastas. “O trabalhador do apoio está desmotivado. É muito tempo sem correção salarial e muitos estão próximos da aposentadoria. Essa forma de correção proposta pela Prefeitura não compensa em nada a defasagem de mais de uma década. É uma tremenda falta de respeito com essas poucas que já ganham um péssimo salário. Se fizerem um levantamento nos 141 municípios de Mato Grosso, seguramente teremos Guiratinga entre aqueles que pagam os piores salários para o trabalhador do apoio escolar. O sindicato segue na luta, se as coisas seguirem emperradas no administrativo vamos procurar a justiça”, completa.
Segundo o IBGE, a inflação acumulada na última década foi de quase 100%.