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    Gol despenca na Bolsa após rumores de recuperação judicial nos EUA

    Em meio aos rumores de que a Gol estaria avaliando a possibilidade de pedir recuperação judicial nos Estados Unidos, as ações da companhia aérea eram as que mais caíam no pregão da Bolsa de Valores do Brasil, na manhã desta segunda-feira (15/1).

    Pouco antes das 11h30, os papéis da Gol desabavam mais de 11% e eram negociados a R$ 6,72.

    A informação sobre a possibilidade da recuperação judicial nos EUA foi publicada no domingo (14/1) pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo Metrópoles.

    A companhia aérea deve usar as duas próximas semanas para tentar colocar em prática um plano de reestruturação de dívidas.

    Uma das soluções consideradas pela Gol é recorrer a um instrumento denominado “Chapter 15”, a Lei de Falências dos Estados Unidos. A regra permite às empresas estrangeiras terem seu processo estendido nos EUA, protegendo ativos que possuem no país.

    Na avaliação da Gol, seria mais vantajoso para a empresa recorrer à legislação americana do que pedir recuperação judicial no Brasil. Caso a medida se confirme, a companhia seguirá os passos de uma de suas concorrentes, a Latam, que recorreu, em 2020, ao Tribunal de Falências de Nova York e, em 2022, concluiu seu processo de reestruturação.

    No início de dezembro, a Gol já havia anunciado a contratação de um consultor financeiro, a Seabury Capital, para auxiliar a empresa em uma revisão de sua estrutura de capital.

    O que diz a Gol
    Procurada pela reportagem do Metrópoles, a afirmou que “continua seus esforços anunciados anteriormente para melhorar a lucratividade e fortalecer seu balanço”.

    “A Gol está em discussões com seus stakeholders financeiros sobre diversas opções que tragam maior flexibilidade financeira, incluindo capital adicional para financiar as operações”, diz a companhia.

    “Todas as ações visam a posicionar a Gol para o sucesso de longo prazo, à medida que a companhia continua a cumprir sua missão de democratizar o transporte aéreo no Brasil.”

    Reclamações contra aéreas
    Reportagem publicada pelo Metrópoles na semana passada mostrou que não são apenas os preços das passagens aéreas vendidas pelas companhias brasileiras que têm disparado nos últimos meses. As reclamações dos consumidores em relação à baixa qualidade dos serviços prestados também vêm aumentando, o que mostra como viajar de avião pelo país, mesmo que para relaxar durante as férias, tornou-se uma experiência cada vez mais difícil e penosa.

    Dados da plataforma consumidor.gov.br, da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), que permite a comunicação direta entre consumidores e empresas para a solução de conflitos, indicam que, entre janeiro e novembro de 2023, 87.555 passageiros haviam registrado queixas sobre o serviço prestado pelas companhias no país.

    Considerando apenas as reclamações sobre atraso de voos, por exemplo, foram 3.658. O número mais do que triplicou em um período de cinco anos – em 2018, foram 1.027 (aumento de 256%). Em 2022, o total de queixas sobre atrasos foi de 2.330.

    A maior parte das reclamações está relacionada ao atraso na devolução de valores pagos indevidamente pelos clientes ou a problemas com reembolso por parte das companhias aéreas. Também são muito citados cancelamentos de voos, ofertas não cumpridas e publicidade enganosa.

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