O presidente Lula disse na sexta-feira que “dificilmente” o governo alcançará a meta de déficit zero em suas contas em 2024. “Eu sei da disposição do Haddad, sei da vontade do Haddad, sei da minha disposição. Já vou dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero”, afirmou a jornalistas no Palácio do Planalto.
Ele destacou que não considera ser necessário ter uma meta fiscal zero em 2024 se isso for às custas de um “corte de bilhões” em obras governamentais: “tudo que a gente puder fazer para cumprir a meta fiscal, a gente vai fazer. O que eu posso te dizer é que ela não precisa ser zero. O país não precisa disso. Eu não vou estabelecer uma meta fiscal que me obrigue a começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias para este país”.
A fala contradiz o compromisso do déficit zero, feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que consta na proposta do novo arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso em substituição ao teto de gastos. Lula reconheceu o esforço, mas afirmou que o mercado “muitas vezes” é “ganancioso” no assunto. (g1 e Meio)
Para economistas, as declarações do presidente não são novidade e apenas reforçam o discurso de preservação de investimentos públicos, mas também confirmam a baixa importância que Lula e o PT conferem ao equilíbrio fiscal. Já o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), acusou o constrangimento a Haddad diante das declarações do presidente e as definiu como “brochantes”. Ele também sinalizou que está disposto a avançar na discussão para mudar a meta fiscal enviada pelo governo. (Poder360 e InfoMoney)
