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    Ex que ateou fogo em maratonista de Uganda morre após queimaduras

    O ex-namorado da maratonista Rebecca Cheptegei, suspeito de matá-la após atear fogo no corpo dela, morreu nesta terça-feira (10/9), em um hospital no Quênia, país onde o crime aconteceu.

    Segundo informações da agência Reuters, Dickson Ndjema estava internado em razão das queimaduras que sofreu durante o ataque à ex-companheira. A morte do homem foi confirmada pelo jornal The Star.

    A atleta de Uganda Rebecca Cheptegei, de 33 anos, que participou dos Jogos Olímpicos de Paris, no último mês de agosto, morreu na quinta-feira (5/9), quatro dias depois que o suspeito invadiu a casa em que ela morava com as filhas, jogou gasolina no corpo dela e ateou fogo.

    Segundo o pai de Rebecca Cheptegei, o ataque contra a filha começou por uma disputa sobre um terreno que havia comprado.

    “Foi o terreno que comprou que causou os problemas”, disse Joseph Cheptegei, antes de pedir ao governo que “cuide da sua propriedade e de seus filhos”.

    Maratonista e ex tinha constantes discussões
    Segundo o boletim de ocorrência, o suspeito, identificado como Dickson Ndiema Marangach, invadiu a propriedade de Rebecca Cheptegei, quando ela estava na igreja com as filhas, no domingo (1º/9).

    Segundo o pai da atleta, Joseph Cheptegei, Rebecca vivia com uma irmã e duas filhas em uma casa construída na localidade de Endebess, no Quênia, a 25 km da fronteira com Uganda.

    Quando retornaram da igreja, o suspeito jogou gasolina no corpo da atleta e ateou fogo nela na frente das filhas, de 9 e 11 anos, segundo o jornal The Standard.

    O boletim policial apresenta Rebecca Cheptegei e Dickson Ndiema Marangach como “um casal que constantemente tinha discussões familiares”.

    Rebecca foi socorrida e internada na UTI do Moi Teaching and Referral Hospital (MTRH), na cidade de Eldoret, no Quênia, mas não resistiu.

    “Os ferimentos cobriam a maior parte de seu corpo. Isso levou à falência de múltiplos órgãos. Fizemos o nosso melhor, mas não tivemos sucesso”, disse Kimani Mbugua, diretor da UTI em que a atleta estava.

    “Considerando a idade e as queimaduras em mais de 80% do corpo que ela sofreu, a esperança de recuperação era pequena”, acrescentou.

    Perda da atleta
    Os dirigentes do atletismo e ativistas dos direitos das mulheres condenaram o assassinato.

    O presidente do Comitê Olímpico de Uganda, Donald Rukare, denunciou em uma mensagem na rede X “um ato covarde e sem sentido que provocou a perda de uma grande atleta”. “Condenamos de modo veemente a violência contra as mulheres”, afirmou.

    A confederação de atletismo do Quênia, a Athletics Kenya, afirmou que “a morte prematura e trágica é uma perda profunda” e exigiu “o fim da violência de gênero”.

    Violência contra mulheres
    Nos últimos anos, o atletismo no Quênia foi marcado por casos semelhantes.

    Em abril de 2022, a atleta nascida no país Damaris Mutua foi encontrada morta em Iten, um polo mundialmente conhecido no mundo do atletismo que fica no Vale do Rift. Suspeita-se que seu companheiro a tenha matado.

    Em outubro de 2021, a atleta queniana Agnes Tirop, de 25 anos, medalhista de bronze nos 10.000 metros nos Mundiais de 2017 e 2019 e quarta colocada nos 5.000 metros nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, morreu depois de ter sido esfaqueada em sua casa em Iten.

    Seu marido, Emmanuel Ibrahim Rotich, está sendo processado pelo assassinato, mas nega as acusações.

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