Dois jornalistas foram presos na Venezuela nos últimos dias, na onda das prisões políticas que estão ocorrendo após a divulgação do resultado da eleição presidencial, realizada em 28 de julho, quando Nicolás Maduro foi supostamente reeleito. A oposição contesta o resultado, e muitas manifestações acontecem em todo o país desde então.
Nesta terça-feira (20) Ana Carolina Guaita, repórter do portal La Patilla e filha de líderes da oposição em La Guaira, foi detida por agentes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) em La Guaira.
Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Imprensa (SNTP) da Venezuela, Ana Carolina foi levada por volta das 18h, no horário local. O Comitê de Direitos Humanos do partido opositor Vente Venezuela declarou que a jornalista foi “sequestrada a bordo de um carro branco ao sair de casa” e que seu paradeiro permanece desconhecido.
O Colégio Nacional de Jornalistas da Venezuela, por meio de uma publicação no X, informou que “Ana Guaita, correspondente de La Patilla em La Guaira, foi presa por supostos agentes do Sebin em El Rincón, Maiquetía. O governo intensifica a perseguição a jornalistas e meios de comunicação. Rejeitamos esta política de Estado”. A organização também exigiu a liberação imediata da jornalista.
No último domingo (18), o jornalista Víctor Ugas foi preso por agentes bolivarianos, acusado de “incitação ao ódio” após um desentendimento com o influenciador digital Emmanuel Marcano, conhecido por apoiar o governo chavista em suas publicações. Ugas já havia cumprido três anos de prisão anteriormente, após ser acusado de divulgar fotos do corpo do líder chavista Robert Serra.
Com as prisões de Ana Carolina Guaita e Víctor Ugas, o número de jornalistas presos na Venezuela desde a eleição de Nicolás Maduro chegou a oito.
Em reação às denúncias de desaparecimento dos jornalistas, o candidato da oposição, Edmundo González, publicou nas redes sociais uma mensagem ressaltando o desejo dos venezuelanos por um país sem perseguições e com melhores condições de vida.
