A Frontex (Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira), afirmou nesta sexta-feira (9) à RFI que vai analisar as informações de que policiais teriam trancado migrantes em condições desumanas em “jaulas” improvisadas, na cidade de Srédéts, na fronteira da Bulgária com a Turquia. O objetivo seria deter refugiados que tentam chegar à Europa de entrar com um pedido de asilo.
A denúncia foi feita na quinta-feira (8) pelo coletivo de jornalistas Lighthouse Reports e vários veículos de imprensa europeus, incluindo o jornal francês Le Monde, que analisaram a autenticidade das imagens dos vídeos feitos entre 15 de outubro e 25 de novembro na cidade búlgara. A Frontex estaria ciente dos fatos, de acordo com os jornalistas.
Segundo a agência, desde o ano passado foram registrados dez incidentes graves na fronteira entre a Bulgária e Turquia. “Um deles está relacionado a Srédéts, mas não tem ligação com a guarda da fronteira”, afirmou Paulina Bakula, assessora de imprensa da Frontex, em uma mensagem enviada à RFI Brasil. No e-mail, ela deixa claro que a agência não tinha conhecimento das práticas denunciadas pelos repórteres.
Os vídeos divulgados nesta quinta-feira mostram uma “jaula” improvisada de poucos metros quadrados, construída com barras de ferro. Ela pode ser vista da rua e está localizado perto de uma pré-escola e de um ginásio municipal em Srédéts. Nas imagens, um grupo de imigrantes, em meio à sujeira e aos detritos espalhados pelo chão, conversa com um policial. Segundo o Le Monde, um carro da Frontex pode ser visto perto do local, onde pelo menos 34 pessoas ficaram detidas.
Campanha contra migrantes
A Lighthouse Reports afirma que existe uma “campanha” para afastar os imigrantes nas fronteiras europeias, principalmente na Bulgária, Hungria, Grécia e Croácia.