Um imbróglio judicial entre o Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Mato Grosso e cerca de 270 famílias de pequenos produtores rurais que vivem no norte do estado, está ganhado grande repercussão.
O Incra ajuizou uma ação civil com pedido de tutela de urgência (liminar) contra os assentados há quase 30 anos no do Projeto de Assentamento Tapurah Itanhangá. Segundo consta essas famílias estariam sendo prepostas de um fazendeiro.
O juiz federal da Vara de Diamantino, Mauro César Garcia Patini, concedeu uma liminar determinando a reintegração de posse ao Incra de diversos lotes. Dessa forma famílias receberam a notificação judicial para desocuparem a área, desesperadas as famílias pedem socorro e cobram ação das autoridades.
O advogado e empresário Claudio Senna, que tem sido atuante nas causas sociais, morador de Lucas do Rio Verde (cerca de 150 km) do assentamento, publicou vídeo em suas redes sociais em defesa das famílias. Ele classificou como covardia a atitude contra os moradores do Assentamento Itanhangá,
“Essas famílias necessitam de uma proteção, afinal que tipo de reforma agraria foi essa, me refiro aos assentados que estão trabalhando há mais de 20 anos em Itanhangá, despejar pequenos produtores de suas terras e realocar outros? E o investimento realizado, todo o trabalho dedicado sob sol e chuva, agora simplesmente vamos colocar essas famílias na rua e voltar à estaca zero. Outro ponto importante é que os trabalhadores sejam protegidos, a justiça deve prevalecer, mas tem que levar em conta a segurança e tranquilidade das famílias. Não podemos retroceder na questão da reforma agraria com equidade e neste caso estamos preocupados com a situação. Despejar as famílias esquecendo todo o passado, é uma aberração”.
