Quase 5 anos após a tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, ainda há muito o que fazer para reparar a destruição causada pelo rompimento de uma barragem da companhia Vale — e atender as famílias das 270 vítimas. Um balanço das ações em andamento na Justiça foi apresentado nesta sexta-feira (19) por autoridades Estaduais e Federais.
Representantes do Ministério Público Federal e Estadual, da Defensoria Pública e do Governo de Minas apresentaram um relatório das ações realizadas nos últimos 3 anos após a assinatura do acordo de reparação. “Tudo que fazemos por dia visa minimizar o sofrimento e dar uma resposta”, diz Carlos André Bittencourt, promotor de Justiça.
O acordo previu o investimento de quase R$38 bilhões em 5 eixos. Entre as ações realizadas estão o programa de transferência de renda para 130 mil pessoas e a limpeza do rio Paraopeba, poluído por rejeitos de minério.
O balanço ainda apontou as obras viárias em andamento em Brumadinho e em outros 25 municípios e o atendimento hospitalar da população.
Depois de 5 anos, o Ministério Público de Minas Gerais enfrenta agora uma queda de braço judicial. Os acusados pelos 270 homicídios conseguiram transferir a competência do processo da Justiça Estadual para a Federal, o que pode atrasar o encerramento do caso. Duas empresas (Vale e Tuv Sud) e 16 pessoas foram denunciadas por homicídio qualificado, além de crimes contra a fauna e flora. Ninguém foi punido até agora.
“O nosso papel é de obedecer às decisões judiciais, reconhecemos os julgamentos como legítimos, mas vamos lutar até o fim para que a justiça de Brumadinho julgue”, explicou Jarbas Soares, procurador-geral de Justiça.
Duas das 270 vítimas estavam grávidas. Os bombeiros ainda procuram 3 desaparecidos.